Nesse caminho pelo autoconhecimento tenho experimentado sensações que nunca antes tinha vivenciado na minha vida. Talvez por achar que já tivesse maturidade emocional suficiente para lidar com todo e qualquer caminhão sem freio que pudesse me atingir, aí residisse a minha fragilidade.
Eu sempre me orgulhei da minha força e determinação quando ao final de uma ano de voto comemorava: consegui resistir um ano sem comer doces, sem comer pão, sem comer doces e pão, sem beber refrigerante, sem cortar o cabelo, sem comer carne. "Eu domino minha mente, não é ela quem me domina!" Não desta vez, cara pálida! Desta vez ela bugou minha mente, me colocou um medo, um pânico que eu nunca tive. O pior de tudo é que esse medo é totalmente irreal. Não tem base em nenhum sentimento verdadeiro meu. Aconteceu algo muito estranho parece que havia me fundido com minha comadre. Sentia e pensava coisas que ela talvez pensava. O medo da morte, do suicídio eram fortes.
As sensações no corpo eram como descargas elétricas. Toda vez que me vinham esses pensamentos eu era tomada de uma pavor que acelerava meus batimentos cardíacos, minha mão começava a suar frio, minhas pernas tremiam, eu tentava a todo o custo me libertar daqueles pensamentos. Fazia um esforço danado para afastar de mim as pretensas imagens de destruição. Eu sabia que não eram minhas, no entanto não me perguntava o por quê de estar vivenciado aquilo. Eu só queria não sentir.
Eu fui atrás do lenitivo. Busquei na espiritualidade os meu recursos, na meditação, fui para a psicoterapia e precisei me afastar de tudo o que diretamente estivesse ligado a minha amiga. Ainda bem que era período de férias. Fiquei uns dias na praia com as minhas amigas e os respectivos esposos e foi lá que tive a maior crise de ansiedade relacionada com essa situação. Fui tanto acolhida, tanto, que minha gratidão é imensa à Dadis, à Cátia e à Adriana que sugeriu de me chamar para espairecer lá no litoral. Foi lá que durante a sessão de terapia descobri que essa sensação ruim de medo e pânico na verdade eram despertadas por um sentimento de culpa. Culpa de quê?
Lá no meu inconsciente eu achasse que poderia ter feito algo para impedir principalmente quando ela me disse que um dia pegou a faca e cogitou de usá-la. Eu não podia ver uma faca que já vinha na cabeça a lembrança e o coração disparava e o medo e o pânico. Foi no terreiro de umbanda que consegui me desvencilhar dessa simbiose que entrei com minha comadre. Mais uma vez a espiritualidade me orientando, me guardando. Esse é o ano em que me reconciliei com meus amigos espirituais, tenho ouvido minha intuição, meus guias, meus orixás e abraçado a egrégora cigana. É o que tem me sustentado e fazendo muita oração do perdão Ho oponopono. Até então, eu achava que precisava perdoar meus pais, meus amigos, meus irmão, quando descobri que na verdade preciso me perdoar. Ao voltar todas as vezes a essas ideias que me machucam eu agora me pergunto por que tenho sido tão cruel comigo mesmo? Por que não dou o mesmo afeto que dou aos outros para mim? Por que não me acolho? Eu sou filha do pai maior, que me ama e tem um propósito muito grande para mim. Eu mereço viver a plenitude, a prosperidade e o amor infinito do pai. Eu fui solicita, eu estive presente, eu acolhi, eu a demovi da ideia, falei dos filhos, de como ela era querida. Eu peço desculpas por todas as vezes que me culpei quando não era a minha culpa. Sou muito grata a espiritualidade maior por me fazer entender isso.
Gosto da palavra.
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