E pra dar início tenho que lembrar que aquilo que vou colocar aqui não é nenhuma verdade universal e eu não tenho de forma alguma pretensão de que minha experiência seja validada como tal. Tudo o que vou compartilhar aqui é apenas minha visão, algo muito subjetivo e particular sobre os fatos que me cercam e como eles me atingem.
Escrever e falar deles me ajuda a me entender e nesse exercício de revisão reflito sobre quem sou eu. Tudo bem que não vou saber nunca, pois me entendo um ser incompleto e nessa incompletude me percebo em constante processo de construção e reforma.
Dito isso, preciso deixar aqui quem me inspirou a escrever: Aline Sena. Estou eu dirigindo para o meu trabalho e uma sugestão de podcast aparece no Spotify: Tudo é Cura. Acato a sugestão e ouço Como soltar o controle e confiar no caminho? Senti que aquelas palavras eram exatamente para mim, para o que estava passando naquele momento e me tocaram tão profundamente que um sentimento de gratidão pulsou dentro de mim. Era o que precisava. A voz amorosa e acolhedora de Aline e seu modo de falar sobre o tema me cativaram. Um fresta dentro de mim se abriu e a luz entrou.
A gente se acha muito foda porque consegue dominar a mente e ficar um ano sem comer doce, sem comer pão, sem beber refrigerante, por não comer carne. Acha que tem está acima do bem e do mal até vir a vida e te jogar ladeira abaixo, te mostrando o quão frágil e vulnerável a gente é e que não tem controle de absolutamente nada a não ser o modo como podemos reagir. Eu pensava que me conhecia, que não havia tabus para mim até dar de cara comigo mesma e descobrir que ainda não sabia realmente quem era.
Esses escritos são sobre isso.
Eu mulher negra de 48 anos de idade, no climatério num encontro comigo mesma desencadeado por um processo de luto.
Gosto da palavra.
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